1 de junho de 2018

Na Câmara Municipal só discursos e nenhuma solução no segundo dia de greve, o Ver. Claudio Proença elogiou o Prefeito e Bessa criticou os empresários

MANAUS - A greve dos rodoviários que entrou no segundo dia de paralisação na cidade de Manaus foi tema de debate na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
O vereador Jaildo dos Rodoviários (PCdoB) defendeu a categoria e acusou o Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte do Amazonas) por falta de diálogo com a categoria. “Há dois anos o Sindicato está tentando negociar o reajuste do trabalhador com o Sinetram. E falta de diálogo ainda é da parte dos rodoviários?”, questionou.

O vereador aproveitou ainda para criticar a Justiça, que como afirmou, “é o único Tribunal do país que só multa os trabalhadores”. “Somos solidários aos trabalhadores rodoviários que estão na luta por seus direitos. A culpa da greve é do Sinetram que não sentou para dialogar, negociar. Não é do sindicato dos trabalhadores. O Sindicato só faz greve quando não tem acordo”, disse.
De acordo com Jaildo, os empresários demonstram que não têm compromisso com sistema de transporte coletivo.

 “Eles dizem que não têm como pagar e saem da negociação, deixando todo mundo lá, inclusive o prefeito. Se fazem isso com o prefeito, imaginam com a categoria”, assegurou o vereador, solidarizando-se também com os usuários e culpando os empresários pelos transtornos causados pela greve.

O vereador disse também que a greve continua, apesar de outra rodada de negociação prevista. Jaildo dos Rodoviários assegurou, na ocasião, que se o reajuste da categoria não sair vai trabalhar na Câmara para instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte coletivo urbano já a partir da próxima segunda-feira (4).

Bessa (SD) também criticou os empresários do sistema de transporte coletivo pela greve. “O Sindicato tentou o diálogo e dizem que não vão conversar. Não podemos esquecer que a tarifa aumentou para R$ 3,80 e agora não tem dinheiro para pagar e dar reajuste aos trabalhadores?. Cadê o dinheiro? Tiveram um ano para se ajustar. A Prefeitura fez sua parte, deu o reajuste e reduziu linhas para que as empresas não perdessem tanto. E estamos falando ainda do dissídio do ano passado”, assegurou.
Professor Samuel (PHS), por sua vez, defendeu a autossustentação do sistema de transporte coletivo e assegurou que, apesar da concorrência de outros modais que entram no sistema, deve haver uma forma de abrir novas concessões e deixar, quem estiver interessado em trabalhar, entrar no sistema.

O vereador Cláudio Proença (PR) destacou a iniciativa do prefeito Arthur Neto (PSDB) em deixar que o Sinetram e o Sindicato dos Trabalhadores discutam e cheguem a um acordo e ressaltou as palavras do chefe do Executivo Municipal, de que “se não chegarem a um acordo, agirá com direitos legais e prerrogativas que a Prefeitura tem”.
Segundo Proença, está na hora do problema ser equacionado e se fazer um levantamento detalhado do sistema para saber quem fala a verdade. “Precisamos de dados detalhados, do número de créditos que são vendidos dentro do sistema, pois só temos diagnósticos em cima dos passageiros transportados. Não temos esses dados no sistema de bilhetagem. Esses dados foram tirados”, assegurou.

Para o vereador Chico Preto (PMN), o prefeito nessa hora não deve ser só “arbitro”, mas “líder”. “O prefeito tem que tirar a venda de passagens das mãos do Sinetram. A Lei Orgânica do Município é clara quanto a essa questão. Enquanto não tivermos regras claras no sistema esse teatro vai continuar”, assegurou.

Ação do Executivo
O vereador Marcel Alexandre (PHS) elogiou a postura do prefeito, que segundo ele, enfrenta os problemas. “Foi assim com os caminhoneiros e vai sentar sempre com os empresários e trabalhadores do sistema e enfrentar o problema com toda a sua força”, disse.

Vice-líder do Executivo Municipal, Coronel Gilvandro Mota (PTC), pediu bom senso e que as categorias não se aproveitem da situação em que o País se encontra para fazer de refém os governantes. “É preciso bom senso e razoabilidade. É hora de diálogo e do entendimento. O prefeito nessa ocasião, nesse episódio, é arbitro. Houve uma concessão e as empresas se submetem a um contrato. E no primeiro momento tem que agir como árbitro e quando intervier irá ser em favor do povo e em benefício dos que utilizam o transporte”, assegurou.

Joelson Silva (PSDB), líder do Governo, assegurou que a posição do prefeito sempre foi clara em relação ao transporte público para que a população não seja prejudicada. “O prefeito não faz conluio com o Sinetram. Uma prova disso é que no momento de recessão não concedeu aumento de tarifa. É um homem público que não foge de suas responsabilidades. Evidentemente que o momento é de dificuldade, mas que poderia ter sido resolvida na área judicial. Mas na hora certa saberá tomar a decisão mais correta, pois a Prefeitura vai priorizar a população manauara para que não tenha prejuízo”, assegurou.

Texto: Nely Pedroso – Dircom/CMM
Foto: Robervaldo Rocha - Dircom/CMM