BRASIL - O pré-candidato
do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou que
"muito possivelmente" anuncia nesta quarta-feira (18) um general como
vice em sua chapa eleitoral.
Segundo o deputado Major Olímpío, aliado de Bolsonaro,
o escolhido será o general da reserva Augusto Heleno.
Augusto Heleno Ribeiro
Pereira, 70, foi o primeiro comandante da Missão das Nações Unidas para a
estabilização no Haiti (Minustah), no período de julho de 2004 a setembro de
2005, e também chefiou operações na região amazônica.
Em entrevista no fim de maio,
durante a greve dos caminhoneiros, Augusto Heleno afirmou que havia à época um
clamor popular por uma intervenção militar semelhante ao de 1964, ano do golpe
militar que levou o país à ditadura, mas enfatizou que as Forças Armadas não
pretendem tomar o poder.
"É lógico que as Forças
Armadas se sentem 'lisonjeadas' pela credibilidade que essas faixas [de apoio à
intervenção militar] demonstram, mas têm plena consciência de que esse não é o
caminho. O caminho são as eleições que vão acontecer", disse.
O militar foi um dos
principais defensores da proposta de expedição de mandados coletivos de busca e
apreensão na intervenção federal no Rio de Janeiro. Esse tipo de instrumento
jurídico já havia sido usado na missão de manutenção de paz no Haiti e nas
favelas cariocas da Cidade de Deus, Jacarezinho e Rocinha, mas acabou não sendo
empregado.
Em março, ao falar sobre a
intervenção no Rio, em seminário sobre segurança pública na Escola Superior de
Guerra, o general declarou: "A hora em que começarem as operações pontuais
[do Exército no Rio], vai aparecer um monte de cara chiando sobre direitos
humanos. Se os humanos direitos não têm direitos humanos, primeiro temos que
consertar isso".
Em outubro passado, Augusto
Heleno deixou o COB (Comitê Olímpico do Brasil) em meio à crise instalada em
razão da prisão do dirigente esportivo Carlos Arthur Nuzman. O militar atuava
no comitê como diretor do Instituto Olímpico e do departamento de Comunicação e
Educação Corporativa da entidade.
O general filiou-se ao PRP
(Partido Republicano Progressista) no Distrito Federal em abril deste ano.