5 de julho de 2018

Sem casos de sarampo registrados, Presidente Figueiredo continua com campanha de vacinação

AMAZONAS - Embora seja um corredor de passagem para o Estado de Roraima e Venezuela – áreas onde concentram forte epidemia do sarampo – o município de Presidente Figueiredo não registrou nenhum caso da doença nos últimos oito meses. Desde outubro do ano passado, período em que iniciou o surto na Venezuela, a Secretaria Municipal de Saúde (SEMS) tem realizado campanhas de vacinação em crianças e adultos para prevenir a infecção do vírus, conforme recomenda o Ministério da Saúde.
No total, 3.661 pessoas foram vacinadas entre janeiro e junho deste ano.

Apesar do Amazonas registar recentemente o maior número de casos de sarampo, ultrapassando, pela primeira vez, Roraima, Presidente Figueiredo está entre os cinco municípios do Estado a não apresentar nenhum registro nesse sentido, sendo eles  Humaitá, Itapiranga, São Gabriel da Cachoeira e Tefé.  O resultado positivo se deve a intensificação da vacinação nos postos de saúde e de casa em casa, conforme relata a secretária de Saúde, Sandra Braga.

“É um trabalho que requer muita dedicação, pois não se trata somente da prevenção da doença, mas, sobretudo, da conscientização de que o sarampo existe e que pode levar à morte. Desde que soubemos do surto na Venezuela, ainda no ano passado, iniciamos uma forte campanha de vacinação no município, que contribuiu para a ausência de casos”, enfatizou.

Na avaliação da secretária, que também é medica, a incredulidade das pessoas quanto à doença e a resistência à medicação são fatores que impedem o processo de prevenção ao sarampo e provocam o aumento do número de pessoas infectadas, tendo em vista que a vacinação é o único meio de garantir a imunidade.

“Acontece muito de o enfermeiro ser barrado ao chegar numa residência para vacinar crianças, pois muitas mães não permitem a aplicação da vacina, por acreditar em boatos inverídicos de que a medicação pode acarretar em algum mal, o que não é verdade. Precisamos reverter urgentemente essa crença e conscientizar as pessoas sobre os riscos que elas correm, caso não deem a importância necessária para essa causa”, ressaltou Sandra.

Reforço
Sandra Braga informou que as doses da vacina foram disponibilizadas em postos de saúde e também de casa em casa, porque a procura passou a ficar baixa. Nesses oito meses, ela contou com o reforço de outros especialistas para auxiliar nas vacinações, em casos mais extremos. 
"Quando as mães se recusavam em permitir a vacinação nos filhos, o caso era repassado para uma assistente social e psicóloga da UBS, e, em último caso, ao Conselho Tutelar do município, para que resguardassem o direito das crianças a ter acesso à saúde. A estratégia tem funcionado, e não recebemos nenhuma reclamação. Isso prova que a  insistência na conscientização é essencial na busca pela prevenção", concluiu.  
Casos no Estado
Até o dia 27 de junho, foram confirmados 265 casos de sarampo no Amazonas. No total, são 2.095 notificações em todo o Estado. Desse número, 1.693 permanecem em investigação e 137 foram descartados.

Sobre a doença
De acordo com o Ministério da Saúde, o Sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. A presença do vírus no sangue provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas, inclusive pelas perdas consideráveis de eletrólitos – um sal ou um íon no sangue ou em outro líquido corporal – e proteínas. 
Além disso, as complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. A vacinação é a única maneira de prevenir a doença.
ASSESSORIA DE IMPRENSA - Bruna Amaral