BRASÍLIA - Em mais uma
derrota para o candidato Ciro Gomes (PDT), o PSB vai anunciar a neutralidade no 1.º turno das eleições
2018.
Em sua rede social o Deputado José Guimarães confirma apoio ao PSB do Amazonas
O partido fechou um acordo com o PT e se comprometeu a não apoiar nenhum
candidato à Presidência da República na primeira parte da corrida
eleitoral. Sem aliança com outros partidos, isolado, Ciro terá apenas 5%
do horário eleitoral - cerca de 36 segundos por bloco. O tempo é oito vezes
menor do que o do ex-governador Geraldo
Alckmin (PSDB), que sozinho tem cerca de 40% da propaganda eleitoral
gratuita.
A Executiva Nacional
do PT confirmou que anuncia nesta quarta-feira, 1,
os termos de um acordo eleitoral com o PSB. O pacto prevê a retirada da candidatura da vereadora
de Recife Marília Arraes ao governo de Pernambuco. A medida era
vista como fundamental para haver a neutralidade do PSB. O partido tem como um
dos principais objetivos nesta eleição a reeleição do governador Paulo
Câmara.
A movimentação política
também beneficia o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que desde o
início do processo eleitoral rejeitava a aliança do partido com outra legenda
da esquerda. Com a neutralidade, França poderá apoiar livremente a candidatura
de Alckmin, seu antecessor no Estado.
Em troca, além da
neutralidade, o PSB vai retirar a candidatura do ex-prefeito de Belo
Horizonte Marcio Lacerda como candidato ao governo de Minas
Gerais. E liberar os seus diretórios a se aliarem a candidatos do PT. A
estimativa é que em 14 estados o partido se aliará localmente com os
petistas.
"Com esse gesto do
PT, não vai ter nenhuma disputa no domingo. Posso garantir que vamos optar pela
neutralidade", disse o deputado Julio Delgado (PSB-MG). O PSB marcou sua
convenção nacional para domingo, dia 5.
O acordo será um revés
para o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, que tentava atrair o PSB e
agora deve contar com apoio de poucos diretórios do partido, como Distrito
Federal e Espírito Santo. Nesta quarta, o Estado mostrou que Ciro e Marina tentavam romper o
isolamento buscando alianças com PSB e PV, respectivamente.
Em São Paulo, o
governador Márcio França (PSB), candidato à reeleição, ficará
liberado para apoiar o pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, o
ex-governador Geraldo Alckmin.
PDT ironiza divisão no
PSB
Em meio às negociações
em torno da chapa de Ciro Gomes, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi,
criticou a divisão dentro do PSB. "Engraçado é que Pernambuco é que
decide sobre o Brasil. Pernambuco está maior do que o Brasil", ironizou
Lupi ao Estadão/Broadcast.
Ao lado de São Paulo,
Pernambuco é o diretório que mais tem delegados na convenção nacional do PSB.
Liderados pelo governador Paulo Câmara, o grupo pernambucano tentava atrair o
PT para a chapa de reeleição estadual em troca do apoio nacional ao candidato indicado
pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por sua vez, os
diretórios do PSB em Minas Gerais, Distrito Federal e Ceará querem apoiar
Ciro. Há também uma ala que advoga pela independência do partido, capitaneada
pelo governador paulista, Márcio França. A ideia de lançar uma candidatura
pessebista como cabeça de chapa naufragou nos últimos dias.
Apesar da crítica aos
pernambucanos, Lupi disse esperar uma definição do PSB, que realiza convenção
no domingo, data-limite estabelecida pela lei eleitoral. "Vamos esperar
até dia 5. Até lá, é uma eternidade", afirmou
Fonte: Estadão
Fonte: Estadão