5 de agosto de 2018

Sem Lula que está devidamente preso, o PT confirma sua candidatura a presidência, até a decisão do TSE, e não divulga plano B

BRASIL - O Partido dos Trabalhadores confirmou a candidatura do ex-presidente Lula na convenção do partido, em São Paulo.
Ele não compareceu, porque está preso em Curitiba. Pela Lei da Ficha Limpa, Lula é considerado inelegível, mas isso será decidido pela Justiça Eleitoral.

O lançamento foi no encontro nacional do partido, com poderes de convenção, em São Paulo, e reuniu políticos do PT, militantes e representantes de movimentos sociais.

O pernambucano Luis Inácio Lula da Silva tem 72 anos. Foi metalúrgico, líder sindical, deputado federal e presidente da República por dois mandatos.

Lula não participou do lançamento da candidatura porque está preso, desde o começo de abril, em Curitiba, condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex em Guarujá, a 12 anos e um mês de prisão.

De acordo com a Lei da Ficha Limpa, a condenação em segunda instância o torna inelegível. Mas, essa questão só será decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral, depois de 15 de agosto, data em que o PT pretende registrar a sua candidatura.

"Lula ficou na mente e no coração do povo brasileiro. E hoje, nessa data histórica da convenção do PT, nós dizemos ao povo do Brasil que Lula é o nosso candidato. E vamos registrá-lo nos braços do povo, no dia 15 de agosto, em Brasília”, disse Gleisi Hoffmann, presidente do PT.

Havia uma expectativa de que o Partido dos Trabalhadores indicasse, durante a convenção nacional, o candidato a vice-presidência. Mas o encontro terminou sem um nome e com a leitura de uma carta escrita por Lula.

A leitura foi feita pelo ator Sérgio Mamberti. Na carta, Lula ataca políticas do governo Temer e enaltece sua época como presidente:

“Vencemos a miséria e a fome e levamos água para quem sofria com a seca e luz elétrica para quem vivia nas trevas. Levamos as crianças para a escola e os jovens negros, pobres e indígenas para a universidade. São coisas que parecem simples em qualquer país civilizado, mas que representaram uma enorme diferença para nossa gente sofrida. E isso só foi possível, porque sempre colocamos os trabalhadores e os mais pobres no centro das atenções do governo. Criamos um dos maiores e melhores programa de transferência de renda do mundo, o bolsa-família”.