6 de julho de 2015

Educação - A volta as aulas

Por: Prof. João Lúcio O. Anunciação

Um Novo Ciclo A vida é caracterizada por fases e devemos respeitá-las, pois é importante saber o momento de entrar e sair da cada uma delas. É também importante compreender as demandas que o contexto histórico exige. É preciso ter cuidado com a cultura do 'eu', pois ela é cheia de armadilhas. É preciso viver e não apenas existir. Não é bom ter medo de mudanças, porém é muito melhor ser sujeito ativo delas. Na vida há inversão de papeis.

Uma hora somos pedra, outra hora somos vidraça, e logo depois voltamos a ser pedra com a experiência de quem já foi vidraça. Não cair na imaturidade de querer ser o tudo, não pensar que não se pode mais aprender algo para apenas ter verdades a dizer e não se deixar levar pela falsa ideia de que há uma verdade absoluta são princípios que nos ajudam a superar os altos e baixos da rotina cíclica da vida. E como profissional em educação e ativista político, creio que não poderia pensar diferente, pois recentemente saí de um partido que outrora já me deu orgulho, mas que vi se parecendo com os demais com o passar do tempo.
Já não fazia sentido mais estar ali, uma vez que os anseios históricos são dinâmicos e nem sempre a prática partidária consegue acompanhar, ainda mais quando há fundamentalismo e interesses espúrios. Já na vida profissional, pude conhecer de perto os bastidores de um ambiente burocrático e estratégico do ponto de vista administrativo e pedagógico. Foram 12 meses de experiência que me fizeram ter um outro olhar sobre a educação pública na cidade de Manaus. Apesar dos esforços dos meus colegas, digo que o sistema educacional público da cidade de Manaus não abre espaço para uma educação libertadora e não gera cidadãos pensantes capazes de se tornarem sujeitos ativos de mudança do status quo da nossa sociedade.

Práticas condenáveis como licitações viciadas, empresas que recebem sem realizar ou concluir os serviços, falta de transparência com os recursos federais, somado à cultura do imediatismo que abre espaço para a demagogia barata de quem deveria defender os interesses dos profissionais em educação ainda fazem parte dos bastidores do nosso sistema educacional. Não há um debate realmente democrático, transparente e com a cabeça no lugar que possa gerar garantias sustentáveis com as lideranças da categoria e os representantes do governo para que os resultados venham a médio ou longo prazo. O que prevalece é a lógica do imediatismo que visa interesses nada republicanos. Hoje, eu volto para a sala de aula com outras ideias que e soma às ideias antigas, visto que, depois dessa vivência nos dois lados da mesma moeda chamada educação, me resta uma certeza: Não há conquistas sem lutas. Uma boa semana, meus colegas educadores!

João Lúcio O. Anunciação. - Professor da rede municipal e estadual de ensino.

Imagem Facebook: Eduardo campos e Prof. João Lúcio