O ex-governador Tarso Genro afirmou neste domingo, em entrevista ao
Estado de S. Paulo, que o PSDB e até o PMDB têm mais chances de vencer a
eleição presidencial de 2018 se o governo Dilma Rousseff não mudar a política
econômica, nem fizer as pazes com sua base social e com a classe média.
"Esse PT que está aí chegou nitidamente ao fim de um ciclo. Sofreu
dois baques muito fortes, não se auto reformou, não capitaneou uma grande
mudança pela reforma política nem uma grande luta popular para proibir o
financiamento empresarial das campanhas. O PT se transformou num partido
excessivamente longa manus (executor de ordens) de quem está no poder",
afirmou Genro.
Para ele, até mesmo uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ficará comprometida se não houver reação à crise.
"Quem disse que é viável uma candidatura do Lula em 2018, em função dos
resultados do governo da presidenta Dilma? E quem disse que ele quer?",
questiona.
Como alternativa para retomar o crescimento do País, Tarso Genro propõe
uma reforma mais ampla. "O problema não é fazer o ajuste. Mas qual ajuste?
Não é possível que quem pague a conta sejam sempre os mais pobres. Temos de
fazer uma profunda reforma fiscal, tributária, taxar as grandes heranças, o
lucro do capital financeiro, regulamentar o imposto sobre grandes fortunas e
reorganizar o sistema produtivo", afirmou.
Questionado sobre a frente de esquerda que está articulando, com vistas
a 2018, Tarso Genro voltou na alfinetar o seu partido. "O PT precisa ter a
humildade de verificar, no sistema de alianças que pretende compor, se há um
nome mais adequado para 2018, que possa representar sua própria regeneração
como projeto para o País. Deve entrar de espírito aberto numa nova frente
política e não, desde já, com um candidato seu. O PT dizer que quer ter a
cabeça de chapa em 2018 seria praticamente lançar o Lula de novo. E quem disse
que o Lula quer?", questiona.
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