29 de fevereiro de 2016

Prefeito de Maraã, Cícero Lopes (Pros) é assassinado - A cidade ficou conhecida pelo episódio do Fotografo agredido pela equipe do Ministro Eduardo Braga na ultima eleição.

Manaus - O prefeito de Maraã, Cícero Lopes (Pros), foi assassinado com um tiro nas costas no início da noite deste domingo. A informação é do comandante da Polícia Militar (PM), coronel James Frota. Ainda segundo o comandante da PM, o prefeito não havia relatado nenhuma ameaça de morte, mas andava sob a segurança de um policial militar.
O prefeito, de acordo com o comandante, estava na frente de sua residência, por volta das 19h, quando foi alvejado por um tiro. Lopes chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu ao ferimento. O coronel afirmou que o político possuía inimigos políticos, mas que a indicação de um suspeito ainda é prematura. 

As saídas da cidade foram fechadas, conforme o coronel, com o apoio dos oito policiais militares e cinco policiais civis da cidade. A intenção é evitar a fuga do assassino. Um contingente com outros 16 militares chegará a cidade amanhã para dar apoio policial, segundo Frota. 
“Como a cidade é cercada por água e não tem pista de pouso os policiais poderão ir para lá só amanhã de manhã. O apoio é para que a cidade não fique um caos, não comece um quebra-quebra, a gente sabe que ele tinha inimigos políticos, mas isso não é suficiente para apontar acusados”, disse.
Maraã ficou conhecida nacionalmente pelo episódio com o atual Ministro Eduardo Braga que era opositor do Prefeito assassinado.


Em junho- 2014 - O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) encaminhou nesta terça-feira ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma representação contra o líder do governo no Senado e candidato ao governo do Amazonas, senador Eduardo Braga (PMDB), e o deputado federal Sabino Castelo Branco (PTB). Eles foram acusados de agredir um fotógrafo amador durante carreata de campanha no município de Maraã, na região do Alto Solimões, no último domingo.
O caso foi registrado em vídeo, que foi incluído na representação, e está sendo veiculado na internet.
A apuração de eventual prática de crime caberá ao procurador-geral da República em função de os supostos autores das condutas gozarem de foro por prerrogativa de função junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em sua página no Facebook, Braga comentou o episódio em dois posts diferentes afirmando tratar-se de espionagem e perseguição política por parte de seus adversários. O principal adversário de Eduardo Braga é o governador José Melo de Oliveira (Pros), candidato à reeleição.
“De forma orquestrada, postaram nas redes sociais um vídeo feito por pessoas pagas para identificar servidores públicos que, espontaneamente e fora de seus horários de trabalho, participavam em um comício que realizamos em Maraã. Isso, na verdade, tem sido uma prática costumeira em todos os municípios por onde temos discutido nossas ideias e programa de governo”, diz o senador, em trecho da publicação.
O fotógrafo, Joel Reis da Silva, registrou o ocorrido junto ao Ministério Público Federal e solicitou ao órgão “proteção de sua vida”. Joel acusou o senador de ter parado o carro no qual se encontrava e ter lhe dado uma gravata no pescoço, indagando “a mando de quem” estaria para tirar as fotos. O fotógrafo diz ainda que Eduardo Braga tentou lhe tomar a máquina fotográfica e que, em seguida, foi cercado por auxiliares do senador e pelo deputado federal Sabino Castelo Branco.
No texto publicado no Facebook, Eduardo Braga afirma que seus apoiadores vêm sofrendo retaliações, como demissões de cargos do governo e que ficou “indignado” quando avistou o fotógrafo. “Indignado com a atitude desprezível desses agentes infiltrados, no estilo do antigo SNI, pagos para fotografar e gravar imagens de funcionários, desci do carro para falar com ele”, diz o senador.
Braga relata que um de seus assessores, sem entender a situação, tentou tirar a câmera do rapaz, mas que teria sido impedido pelo senador. “A caravana da coligação 'Renovação e Experiência' esteve em visita aos municípios do Alto Solimões, neste fim de semana, e constatou que em todos os municípios havia uma pessoa filmando tudo e, principalmente, todos. Objetivo: identificar servidores públicos simpatizantes à campanha de Eduardo Braga para “justificar” futuras perseguições nas repartições e órgãos do Governo e da Prefeitura”, diz o texto publicado por Braga.
 “Argumentei com ele o quanto essa prática de perseguição é injusta, pois cerceia a liberdade de expressão e de manifestação que os brasileiros tanto lutaram para conquistar no período da ditadura. Abracei ele e disse: ‘Porquê você não faz uma imagem nossa? Quem sabe assim você também será perseguido e perderá seu emprego”, descreveu o senador no Facebook.
O senador afirma que o vídeo que está sendo veiculado na internet que mostra o momento da agressão teria sido editado, escondendo o final, em que o fotógrafo pode manter seu equipamento e o cinegrafista, o material captado. Ao MPF, Joel afirmou que, devido aos “puxavões”, sua câmera “ficou toda danificada, não servindo mais para nada”.
Braga também citou em sua página na internet a instalação de câmera da polícia em frente ao seu comitê de campanha em Manaus para espionagem. “A Justiça já reconheceu o abuso de poder e o propósito político, determinando a retirada imediata do equipamento”, diz o senador.

Fonte: google.