Manaus - O prefeito de Maraã, Cícero Lopes (Pros), foi
assassinado com um tiro nas costas no início da noite deste domingo. A
informação é do comandante da Polícia Militar (PM), coronel James Frota. Ainda
segundo o comandante da PM, o prefeito não havia relatado nenhuma ameaça de
morte, mas andava sob a segurança de um policial militar.
O prefeito, de acordo
com o comandante, estava na frente de sua residência, por volta das 19h, quando
foi alvejado por um tiro. Lopes chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não
resistiu ao ferimento. O coronel afirmou que o político possuía inimigos
políticos, mas que a indicação de um suspeito ainda é prematura.
As saídas da cidade
foram fechadas, conforme o coronel, com o apoio dos oito policiais militares e
cinco policiais civis da cidade. A intenção é evitar a fuga do assassino. Um
contingente com outros 16 militares chegará a cidade amanhã para dar apoio
policial, segundo Frota.
“Como a cidade é cercada
por água e não tem pista de pouso os policiais poderão ir para lá só amanhã de
manhã. O apoio é para que a cidade não fique um caos, não comece um quebra-quebra,
a gente sabe que ele tinha inimigos políticos, mas isso não é suficiente para
apontar acusados”, disse.
Maraã ficou
conhecida nacionalmente pelo episódio com o atual Ministro Eduardo Braga que
era opositor do Prefeito assassinado.
Em junho- 2014
- O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) encaminhou nesta
terça-feira ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma representação
contra o líder do governo no Senado e candidato ao governo do Amazonas, senador
Eduardo Braga (PMDB), e o deputado federal Sabino Castelo Branco (PTB). Eles
foram acusados de agredir um fotógrafo amador durante carreata de campanha no município
de Maraã, na região do Alto Solimões, no último domingo.
O caso foi
registrado em vídeo, que foi incluído na representação, e está sendo veiculado
na internet.
A apuração de
eventual prática de crime caberá ao procurador-geral da República em função de
os supostos autores das condutas gozarem de foro por prerrogativa de função
junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em sua página no Facebook, Braga comentou o episódio em dois
posts diferentes afirmando tratar-se de espionagem e perseguição política por
parte de seus adversários. O principal adversário de Eduardo Braga é o
governador José Melo de Oliveira (Pros), candidato à reeleição.
“De forma
orquestrada, postaram nas redes sociais um vídeo feito por pessoas pagas para
identificar servidores públicos que, espontaneamente e fora de seus horários de
trabalho, participavam em um comício que realizamos em Maraã. Isso, na verdade,
tem sido uma prática costumeira em todos os municípios por onde temos discutido
nossas ideias e programa de governo”, diz o senador, em trecho da publicação.
O fotógrafo, Joel
Reis da Silva, registrou o ocorrido junto ao Ministério Público Federal e
solicitou ao órgão “proteção de sua vida”. Joel acusou o senador de ter parado
o carro no qual se encontrava e ter lhe dado uma gravata no pescoço, indagando
“a mando de quem” estaria para tirar as fotos. O fotógrafo diz ainda que
Eduardo Braga tentou lhe tomar a máquina fotográfica e que, em seguida, foi
cercado por auxiliares do senador e pelo deputado federal Sabino Castelo
Branco.
No texto publicado
no Facebook, Eduardo Braga afirma que seus apoiadores vêm sofrendo retaliações,
como demissões de cargos do governo e que ficou “indignado” quando avistou o
fotógrafo. “Indignado com a atitude desprezível desses agentes infiltrados, no
estilo do antigo SNI, pagos para fotografar e gravar imagens de funcionários,
desci do carro para falar com ele”, diz o senador.
Braga relata que
um de seus assessores, sem entender a situação, tentou tirar a câmera do rapaz,
mas que teria sido impedido pelo senador. “A caravana da coligação 'Renovação e
Experiência' esteve em visita aos municípios do Alto Solimões, neste fim de
semana, e constatou que em todos os municípios havia uma pessoa filmando tudo
e, principalmente, todos. Objetivo: identificar servidores públicos
simpatizantes à campanha de Eduardo Braga para “justificar” futuras
perseguições nas repartições e órgãos do Governo e da Prefeitura”, diz o texto
publicado por Braga.
“Argumentei com ele o quanto essa prática de
perseguição é injusta, pois cerceia a liberdade de expressão e de manifestação
que os brasileiros tanto lutaram para conquistar no período da ditadura.
Abracei ele e disse: ‘Porquê você não faz uma imagem nossa? Quem sabe assim
você também será perseguido e perderá seu emprego”, descreveu o senador no
Facebook.
O senador afirma
que o vídeo que está sendo veiculado na internet que mostra o momento da
agressão teria sido editado, escondendo o final, em que o fotógrafo pode manter
seu equipamento e o cinegrafista, o material captado. Ao MPF, Joel afirmou que,
devido aos “puxavões”, sua câmera “ficou toda danificada, não servindo mais
para nada”.
Braga também citou
em sua página na internet a instalação de câmera da polícia em frente ao seu
comitê de campanha em Manaus para espionagem. “A Justiça já reconheceu o abuso
de poder e o propósito político, determinando a retirada imediata do
equipamento”, diz o senador.
Fonte: google.