BRASIL - O Conselho Nacional do Ministério
Público negou um pedido da defesa de Lula para que fosse aberto processo
disciplinar contra o procurador da República Douglas Kirchner, que investigou a
relação do petista com a construtora Odebrecht.
A defesa de Lula tinha solicitado que o órgão
apurasse se Kirchner, que atua na Procuradoria da República do Distrito
Federal, foi o autor do vazamento do caso para a revista "Época", que
publicou, em fevereiro, reportagem com detalhes da investigação. Os procuradores
suspeitam que Lula fez tráfico de influência internacional em favor da
construtora.
No pedido contra Kirchner, os advogados do
ex-presidente também apontavam sucessivas mudanças na condução do caso, que,
supostamente, teriam prejudicado a defesa. Eles ainda questionavam decisão do
procurador da República que negou acesso à íntegra da investigação.
Por unanimidade, os membros do CNMP entenderam que não havia elementos que apontassem que o vazamento das informações partiu do procurador.
Por unanimidade, os membros do CNMP entenderam que não havia elementos que apontassem que o vazamento das informações partiu do procurador.
Quanto às reclamações de Lula em relação às
mudanças na condução do caso, os conselheiros avaliaram que o procurador seguiu
as regras internas do Ministério Público.
“Não há nos autos qualquer elemento mínimo
para afirmar que o vazamento sequer partiu do MPF. Além do mais, assim que
tomou conhecimento da reportagem, o próprio Procurador requisitou a instauração
de investigação para apurar o vazamento. Em outras palavras, o vazamento de
informação sigilosa já está sendo apurado”, afirmou em seu voto o relator do
caso, conselheiro Leonardo Carvalho.
Apesar de ter sido alvo da reclamação do
ex-presidente da República, Douglas Kirchner está afastado de suas funções
devido a outras denúncias. No início deste ano, o CNMP decidiu demitir o
procurador da República por suspeita de que teria sido conivente com
agressões à sua mulher durante um culto religioso.
A defesa de Kirchner, porém, já entrou com
pedido no STF para derrubar a decisão do CNMP que determinou sua exoneração do
Ministério Público.
Fonte: G1