15 de junho de 2016

OBRA INÚTIL NO AMAZONAS - Além do desvio de R$ 6,6 milhões em propina para que serve o Gasoduto Coari-Manaus que não trouxe nenhum progresso ao Amazonas.

“ Qual a utilidade do gasoduto no estado do Amazonas”, Chumbo Grosso.
AMAZONAS - O gasoduto Urucu-Coari-Manaus iniciou as operações em 2009 e tem capacidade de transportar 5,5 milhões de metros cúbicos/dia. Mas o que se ver em ambas as cidades e que nada de útil foi feito ainda para justificar essa obra que só ajudou a enriquecer uma quadrilha ou várias.

O gasoduto liga as unidades de produção localizadas no Pólo Arara, em Urucu, até a cidade de Manaus (AM). A extensão deste caminho é de 663,2 km (trecho Urucu - Manaus), além de um total de 139,3 km em nove ramais para Coari.
O gás natural transportado neste gasoduto chega às usinas Manauara, Tambaqui, Jaraqui, Aparecida, Mauá, Cristiano Rocha e Ponta Negra - Urucu-Coari-Manaus. Nelas ele gera 760 MW de energia elétrica.
DESVIO MILIONÁRIO em 2015
Planilha que detalha os percentuais desviados de cada obra da Petrobras mostram que empresas responsáveis pela construção do gasoduto Urucu-Coari–Manaus pagaram R$ 6,6 milhões em propina para partidos e funcionários da estatal.
Iniciada em 2006, a obra do gasoduto Urucu-Coari-Manaus foi orçada inicialmente em R$ 2,4 bilhões, mas, com aditivos, ao final chegou a R$ 4,5 bilhões.
Segundo a planilha entregue por Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de engenharia da Petrobras, à força-tarefa da operação Lava Jato, 1% do contrato de R$ 666.785.900,00, celebrado com as empresas Andrade Gutierrez e Carioca, foi repassado para partidos políticos e funcionários da Petrobras.
O agente que atuou no pagamento de propina nesse contrato é identificado, segundo a planilha, como sendo o consultou Mário Goes, proprietário da empresa Rio Marines.
Outro contrato do gasoduto que segundo a planilha de Barusco teve valores repassados a partidos e funcionários da Petrobras foi o de responsabilidade do consórcio formado pelas empresas OAS e Etesco.
O contrato com a OAS/Etesco somava R$ 342.596.288. Um porcento desse valor teria sido repassado a partidos políticos que se beneficiaram do esquema.
A planilha de Barusco cita ainda o contrato com as empresas Camargo Correa e Skanska, no valor de R$ 427.889.969,69, também ligado à obra do gasoduto. Mas o documento não assinala se no referido contrato houve algum percentual desviado.
Em depoimento concedido em acordo de delação premiada, Barusco estima que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013 de propina retirada dos 90 maiores contratos da Petrobras, como o da refinaria Abreu e Lima, em construção em Pernambuco.
Barusco afirma que o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, teve “participação” no recebimento desse suborno. Vaccari Neto, de acordo com ele, ficou, até março de 2013, com US$ 4,5 milhões. Ainda segundo ele, houve pagamentos até fevereiro do ano passado. O depoimento foi prestado no dia 20 de novembro último e veio à tona ontem.
Segundo Barusco, Vaccari participou pessoalmente de um acerto fechado entre funcionários da Petrobras e estaleiros nacionais e internacionais relativos a 21 contratos para construção de navios equipados com sondas, contratações que envolveram ao todo cerca de US$ 22 bilhões. “Essa combinação envolveu o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, o declarante (Barusco) e os agentes de cada um dos estaleiros, que deveria ser distribuído o percentual de 1%, posteriormente para 0,9%”, declarou Barusco.
Delator explica divisão de propina
Segundo o delator Pedro José Barusco Filho, desse 1% sobre o valor dos contratos, a divisão se dava da seguinte forma: “2/3 (dois terços) para João Vaccari; e 1/3 para 'Casa 1' e 'Casa 2'”. Barusco envolveu outros funcionários da Petrobras no esquema.
A “Casa 1”, segundo o ex-gerente, era o termo usado para “o pagamento de propina no Ômbito da Petrobras, especificamente para o diretor de Serviços Renato Duque e Roberto Gonçalves, o qual substituiu o declarante na gerência executiva da Área de Engenharia”.
A “Casa 2” referia-se “ao pagamento de propinas no Ômbito da Setebrasil, especificamente para o declarante, João Carlos de Medeiros Ferraz, presidente da empresa e, posteriormente, também houve a inclusão de Eduardo Musa, diretor de participações da empresa”.
Fonte: Acritica e Petrobras