2 de fevereiro de 2017

Brasil de luto “12,1 milhões de desempregados e sem esperança”, afinal a ex-primeira-dama mandou que a gente enfiasse as panelas no cú

BRASIL - Mais de dois anos de profunda recessão econômica no Brasil produziram um número recorde de pessoas que perderam trabalho e engrossaram um exército de mais de 12 milhões afetados pelo desemprego.

São 12,1 milhões de pessoas desocupadas no Brasil. O desemprego já vinha crescendo desde o início do ano passado, mas agora chegou a 11,9%, a maior taxa dos últimos cinco anos, de acordo com o IBGE. No mesmo trimestre do ano passado, a taxa era de 9%.

Marisa Letícia manda seu recado ao Brasil, quando a população foi as ruas protestar e bater panelas pela situação caótica do País, veja o video:

No trimestre encerrado no mês passado, a pesquisa registrou mais 3 milhões de pessoas em busca de trabalho. Quem perde o emprego não recebe salário e quando a renda total dos trabalhadores cai, isso gera mais desemprego.
"Você tem uma massa de rendimento menor. Então as pessoas estão com menos recurso para poder investir, para poder fazer aquela reforma de fim de ano na casa, para poder fazer aquela pintura tradicional que se faz", diz Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.

A construção civil sofreu, a agricultura também, mas a indústria foi o setor que mais perdeu.

1 milhão de trabalhadores só neste ano. De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em novembro foram fechados cerca de 116.747 postos de trabalho no Brasil.
Ana Paula Latorre não sai sem o currículo dentro da bolsa. Procurou emprego o ano inteiro. "Eu era autônoma. Aí fui em busca de um emprego fixo, mas nada. Até hoje nada", conta.

Tudo indica que o começo de 2017 vai continuar duro para os brasileiros. Os especialistas ouvidos pelo Jornal da Globo disseram que as perspectivas para o primeiro trimestre do ano que vem não são boas. Isso porque o mercado de trabalho é o que demora mais para reagir em uma crise econômica e eles disseram que esse cenário poderia ser menos drástico se o país fizesse uma reforma trabalhista profunda.

"No Brasil, diferentemente da Europa, onde não pode demitir, aqui você pode demitir e é muito dificil renegociar salário e jornada. Então o caminho que o mercado de trabalho tem aqui no Brasil é a demissão e, por isso, a gente viu esse aumento muito rápido e muito forte da taxa de desemprego. As reformas que foram anunciadas começam a propor um novo caminho para o mercado de trabalho", aponta Eduardo Zylberstajn, pesquisador da FIPE.


"Na medida que tem aprovação da PEC do teto dos gastos e agente limita os gastos a gente cria um estímulo para que a reforma da previdência seja discutida e aprovada justamente porque a previdência vai ter um cresimento nos próximos anos que tende a consumir o pacote de receitas. Com a aprovação da PEC dos gastos a reforma da previdência precisa ser discutida. A reforma precisa ser feita mas tem que ser discutida sobretudo incluindo nessas discussões tanto os trabalhadores quanto os empresarios, uma forma conjunta de fazer essa discussão", explica Thiago Xavier, economista da Tendências Consultoria.