MUNDO - Uma reportagem da Associated Press, publicada nesta
quarta-feira (4), afirma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
teria consultado seus principais assessores sobre a possibilidade de uma ação
militar na Venezuela.
O texto afirma que durante uma reunião no Salão Oval da
Casa Branca para discutir sanções à Venezuela, em agosto do ano passado, Trump
teria perguntado a eles se os EUA não poderiam simplesmente invadir o país, que
está sob a ditadura de Nicolás Maduro.
A história é atribuída
a um oficial sênior da administração, que falou sob a condição de anonimato
devido à natureza delicada do assunto.
A fonte relatou à
publicação que a pergunta surpreendeu a todos os presentes, inclusive o então
secretário de Estado, Rex Tilerson, e o conselheiro de segurança nacional, H.
R. McMaster - posteriormente os dois deixaram a administração. McMaster teria
explicado à Trump naquela ocasião que uma ação militar poderia arriscar o apoio
dos governos latino-americanos aos EUA.
Apesar do conselho de
seus assessores, Trump teria levado a questão adiante e inclusive considerou a
possibilidade com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e com líderes de
outros três países aliados da América Latina, durante uma assembleia da ONU que
ocorreu em setembro de 2017. Todos eles, de acordo com o oficial americano,
teriam negado a alternativa militar.
Ainda em agosto, Trump
disse à imprensa que os EUA têm “muitas opções para a Venezuela, inclusive a
militar, se for necessário”. Em um comunicado posterior à declaração, os
países-membros do Mercosul afirmaram que “os únicos instrumentos
aceitáveis para promoção da democracia são o diálogo e a diplomacia”.
A Casa Branca não
comentou a reportagem, mas um porta-voz do Conselho Nacional de Segurança disse
à publicação que os EUA “consideram todas as opções à sua disposição para
ajudar a restaurar a democracia na Venezuela e trazer estabilidade”.
O governo Trump
aumentou as sanções contra a Venezuela após a controversa reeleição de Maduro
em 21 de maio, proibindo nos EUA a compra ou venda de ativos que pertençam ao
governo venezuelano - inclusive da petroleira PDVSA. Os norte-americanos já
investiram US$ 30 milhões em programas para ajudar venezuelanos que deixaram
seu país. Recentemente o Brasil recebeu um aporte de US$ 1,2 milhão dos
EUA para apoiar os milhares de refugiados que chegam ao país.
Fonte: Gazeta do Povo